O que esperar da economia no segundo semestre
Economistas e o setor produtivo apontam as perspectivas para o desempenho do País e do Ceará no 2º semestreA primeira metade do ano termina com a economia brasileira dando sinais claros de desaceleração. E os principais indicadores estão aí para comprovar. Mesmo com incentivos ao setor, a indústria nacional teve queda de 4,3% na produção em maio, ante igual mês de 2011. Trata-se do nono resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto. Em 2012, a redução acumulada já chega a 3,4%.
Ao mesmo tempo, apesar do avanço de 7,6% no primeiro semestre de 2012, na comparação com igual período do ano passado, a atividade do comércio no País, segundo a consultoria Serasa Experian, também sinaliza diminuição no ritmo. Este foi o menor desempenho para os primeiros seis meses do ano desde 2009, quando ficou em 3,8%. No último mês de junho, o movimento dos consumidores nas lojas em todo o Brasil recuou 0,2% ante maio, na série com ajustes sazonais.
Considerando, também, que no sexto mês do ano, o índice de confiança do setor apresentou queda de 3,7% na média do trimestre encerrado no referido mês, frente a igual período de 2011, ao passar de 131,2 para 126,4 pontos, conforme dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Na agropecuária, a situação não é diferente. No primeiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor teve forte recuo (7,3%), na comparação com os três primeiros meses do ano passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), causado por problemas de estiagem.
Reflexos da crise
Resultados que nada mais são que também um reflexo do que está acontecendo lá fora, com as dificuldades enfrentadas pela China, desde 2009 principal parceiro comercial do Brasil; arrematadas pela continuidade dos problemas econômicos nos Estados Unidos e pela recessão que assola os países da zona do euro.
Previsões revistas
O fato é que, diante desse cenário, enquanto a previsão oficial do governo, no início de 2012, era de um crescimento de 4,5% para a economia do País neste ano - estimativa já reduzida antes pelo ministro da Fazenda Guido Mantega -, na semana que passou, esta foi novamente rebaixada, quando ele anunciou que o PIB cresceria um pouco mais de 2,5%, o que já levanta dúvidas sobre se o País crescerá mais do que no ano passado, quando alcançou 2,7% de expansão.
O que esperar, portanto, como desempenho do País nos próximos seis meses, a fim de garantir essa projeção? E no Ceará, como a economia deverá ficar? Continuaremos a avançar em um ritmo acima da média nacional? Quais as expectativas para cada um dos setores localmente falando? Para responder essas questões, o Diário do Nordeste ouviu economistas e representantes de cada área com o objetivo de apontar as expectativas para o semestre que se inicia. Com a palavra os especialistas.
Estimativa2,5% ou pouco acima desse índice é o crescimento revisado para o País, conforme anunciado pelo ministro da Fazenda Guido Mantega na semana que passou
ANCHIETA DANTAS JR.
REPÓRTER
FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1157497
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