sábado, 7 de julho de 2012


Controladoria encontra 110 armas em sala de inspetor

A maioria das armas não tem vínculos com inquéritos policiais instaurados no 30º Distrito Policial (DP), segundo a Controladoria Geral de Disciplina (CGD). Inspetor foi preso no início da semana
Entre as armas encontradas estão pistolas, revólveres, espingardas e até uma submetralhadora

Durante inspeção no 30º Distrito Policial (DP), no bairro São Cristóvão, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) encontrou 110 armas, entre pistolas, revólveres, espingardas e até uma submetralhadora de 9 milímetros, além de drogas. O material estava na sala onde trabalhava o inspetor Carlos Hederani Pinheiro Bezerra, preso em flagrante na última segunda-feira, 2, acusado de corrupção passiva e tráfico de drogas. Ele está detido na Delegacia de Capturas e Polinter, no Centro. 

O balanço dos materiais apreendidos foi divulgado ontem, durante coletiva de imprensa na sede da CGD, na Praia de Iracema. A inspeção na delegacia durou dois dias. A delegada Reny Sales, chefe do Grupo Tático Correicional, disse ao O POVO que a maioria das armas e das drogas não tinha vínculos com inquéritos policiais instaurados no 30º DP (a quantidade exata não foi informada). O uso que ele fazia das armas ainda está sendo investigado.

Segundo Reny, a inspeção também apurou que cerca de 1.500 documentos relacionados a inquéritos policiais estavam perdidos na delegacia, a maioria não anexada em peças de inquéritos. O fato geraria atrasos consideráveis nas tramitações dos processos na Justiça.
  
Inspetor
A delegada afirmou ainda que o inspetor Hederani teria exigido R$ 1 mil a um homem pela liberação de uma motocicleta apreendida no domingo, 1º, em blitz da Polícia Rodoviária Estadual. O condutor não portava a Carteira Nacional de Habilitação. 

O caso chegou à Coordenação de Inteligência da Polícia Civil (Coin) através de uma denúncia. A CGD abriu investigação no dia seguinte e, de imediato, enviou técnicos ao 30º DP junto com a vítima. Com o flagrante, o policial recebeu voz de prisão.

O inspetor, que está na Polícia Civil há quatro anos, vai responder a inquérito administrativo disciplinar. Caso fique constatado que ele praticou os crimes, poderá ser expulso da Polícia.

A CGD tem prazo de 30 dias para concluir o inquérito sobre o caso. O titular do 30º DP é o delegado Francisco Marcelo Moura, que, segundo Reny Sales, se mostrou surpreso diante o caso. Marcelo está há seis meses à frente da delegacia. Ele vai prestar depoimento.

Delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Luiz Carlos Dantas afirmou que o inspetor teve a arma e carteira funcional apreendidas. Conforme o delegado, somente após a conclusão das investigações será possível afirmar se o material apreendido no 3° DP estava recolhido em situação irregular.

E agora

ENTENDA A NOTÍCIA

O policial civil permanecerá recolhido e afastado da função de inspetor enquanto as investigações estiverem em andamento. Elas podem resultar desde em uma simples notificação até a expulsão da Polícia.

Saiba mais


Inicialmente, o valor exigido por Hederani para a liberação da motocicleta teria sido de R$ 1 mil. Depois, teria sido baixado para R$ 500.
 
O inspetor ficará afastado do cargo durante as investigações.
 
Na última terça-feira, a reportagem solicitou à Controladoria um balanço de denúncias contra policiais feitas ao órgão, mas foi informado de que relatórios ainda não estão concluídos.

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