quinta-feira, 26 de julho de 2012


Defesa pede proteção para preso que teria ouvido confissão de Bola
Advogado solicitou à Justiça inclusão em programa de proteção à testemunha.
Petição também pedia transferência de unidade prisional, o que foi negado.




Jailson de Oliveira e Marcos Aparecido dos Santos passam por acareação em Belo Horizonte. (Foto: Pedro Triginelli)Jailson de Oliveira e Marcos Aparecido dos Santos
em acareação em Belo Horizonte.
(Foto: Pedro Triginelli)



A defesa de Jailson Alves de Oliveira, detento que teria ouvido uma confissão de um dos réus do caso Eliza Samudio, pediu à Justiça mineira para que o cliente e a mulher dele sejam incluídos no programa de proteção à testemunha. De acordo com o advogado Angelo Carbone, o preso e a esposa estariam sendo ameaçados de morte. A petição foi entregue, na última segunda-feira (23), à Vara de Execução Criminal (VEC) de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Jailson de Oliveira teria ouvido revelações sobre a morte e desaparecimento da ex-modelo. Ele disse à polícia que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, afirmou ter matado a ex-namorada do goleiro, queimado o corpo e jogado em uma lagoa. Ele também denunciou um suposto plano para matar cinco pessoas envolvidas no processo.

De acordo com o juiz da VEC, Wagner Cavalieri, a análise do pedido inclusão em programa de testemunha é competência da Vara do Tribunal do Júri da comarca e, por isso, encaminhou uma cópia do documento ao magistrado responsável. A assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) não soube informar, nesta quinta-feira (26), se havia um novo andamento para o pedido.

O documento foi entregue à Justiça dias após Jailson de Oliveira ter fugido do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) São Cristóvão, na capital mineira. O detento foi recapturado em São João Evangelista, na Região do Vale do Rio Doce, e levado para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde também estão detidos dois réus do caso Eliza – Bruno Fernandes e Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
À Justiça, Angelo Carbone também solicitou a transferência do cliente para “longe dos olhares ameaçadores do Bruno e do Macarrão”. O defensor pediu ainda que Jaison de Oliveira não seja acautelado em São Joaquim de Bicas, onde Bola está detido.

Segundo o juiz Wagner Cavalieri, um ofício foi encaminhado à Penitenciária Nelson Hungria, pedindo que seja garantida a integridade física do preso. Entretanto, o magistrado descartou a possibilidade de transferência pelo fato de a unidade onde o detento está ser de segurança máxima.

Carbone solicitou ainda a realização de uma audiência, a apuração da fuga do cliente e a progressão do regime para o semi-aberto por tempo cumprido de pena.

De acordo com Cavalieri, a audiência deverá ser feita, mas não devido ao pedido do advogado. Segundo o magistrado, ao fugir do Ceresp, o detento cometeu uma falta grave e, por isso, terá que prestar contas à Justiça. Ainda de acordo com o juiz, a fuga pode vir a prejudicar a concessão de benefícios, como a progressão do regime, que ainda será analisada.

Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado. Em fevereiro de 2010, a jovem deu à luz um menino e alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe de Eliza, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão – conhecido como Macarrão –, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.

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