sábado, 7 de julho de 2012


Bruno pede em carta que Macarrão use 'plano B', diz revista

'Veja' divulga texto que atribui ao goleiro; defesa diz desconhecer conteúdo.
Eles são acusados de envolvimento na morte de Eliza Samudio, em 2010.


Reportagem da edição deste fim de semana da revista “Veja” divulgou uma carta que teria sido escrita pelo goleiro Bruno no presídio Nelson Hungria, na Grande Belo Horizonte, para Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Os dois estão presos suspeitos de participação na morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. No texto, o jogador pede a Macarrão para usar o “plano B”, que, segundo a reportagem, seria assumir a culpa sozinho pela morte e isentar o goleiro de culpa.
"Maka, eu não sei como dizer isso, mas conversei muito com os nossos advogados e eles chegaram a uma conclusão devido aos últimos acontecimentos e descobertas sobre o processo e investigações. Nós conversamos muito e eles acham que a melhor forma para resolvermos isso é usando o plano B", diz o texto. "Eu, sinceramente, não pediria isso pra você, mas hoje não temos que pensar em nós somente! Temos uma grande responsabilidade que são nossas crianças, então meu irmão peço que pense nisso e do fundo do meu coração me perdoe, eu sempre fui e sempre serei homem com você”.
O goleiro Bruno algemado deixa o Fórum de Esmeraldas, na Grande BH; atrás, o amigo Macarrão. (Foto: (Foto: Alex Araújo/G1 MG))O goleiro Bruno algemado deixa o Fórum de Esmeraldas, na Grande BH; atrás, o amigo Macarrão. (Foto: (Foto: Alex Araújo/G1 MG))

A revista afirma que dois peritos analisaram a carta e confirmaram que ela foi mesmo escrita e assinada por Bruno. Ao G1, o advogado de Bruno, Rui Pimenta, disse neste sábado (7) que desconhece a carta. Ele afirmou que é necessário que se comprove a autenticidade do relato. Pimenta ainda ressaltou que o conteúdo da carta não é claro e o contexto em que ela está inserida é indeterminado. Na segunda-feira, o defensor pretende se reunir com o goleiro para entender do que se trata.
Crime planejado
Segundo "Veja", mensagens trocadas por Eliza com amigos e registradas na memória do computador apreendido no apartamento onde Eliza morava, na Zona Leste de São Paulo, levam à conclusão de que o desaparecimento e morte da modelo, e mãe de um dos filhos do jogador, teria sido planejada pelo menos cinco meses antes. Para a Polícia Civil, Eliza foi morta em junho de 2010 a mando de Bruno. O corpo dela não foi encontrado.
De acordo com a publicação, em conversas por MSN com amigos, Eliza demonstrou temores em revelar seu paradeiro a contatos do goleiro e de ir para Minas Gerais, onde Bruno mantinha um sítio na cidade de Esmeraldas. Em um deles, ela afirmou: “Terra do Bruno vou só com passagem de ida. Vão me matar lá”.
A reportagem de “Veja” conversou ainda com José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, então policial na ativa, e afirma que ele apresentou ao grupo acusado pelo homicídio da modelo o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido, segundo a polícia, como Bola.
O goleiro Bruno está detido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Minas Gerais. Em maio, ele obteve liberdade condicional referente ao processo de cárcere privado e lesão corporal de Eliza, pelo qual o atleta foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro a quatro anos e seis meses de prisão. Mas para deixar a prisão, o jogador ainda depende do julgamento de um pedido de habeas corpus pelo Supremo Tribunal Federal (STF) relacionado ao desaparecimento e morte da ex.
Ainda não há data prevista para que o processo passe por um julgamento definitivo. A defesa argumenta que o réu é primário e tem bons antecedentes e, por isso, deveria estar solto.

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