Espionagem teria sido usada para acessar sistemas mais protegidos.
Informação foi dada por Glen Greenwald em entrevista ao 'Fantástico'.
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Do G1, em São Paulo
A espionagem dos Estados Unidos de e-mails e chamadas telefônicas de brasileiros pode ter sido uma alternativa encontrada pelos programas de monitoramento norte-americanos para conseguir ter acesso aos sistemas de países mais protegidos, como a China e o Irã. A informação foi dada pelo jornalista americano Glen Greenwald em entrevista ao Fantástico deste domingo (7). Assista ao lado.
Glen Greenwald vem revelando detalhes dos programas de vigilância americanos. Ele esteve em contato com o ex-agente da CIA e ex-colaborador da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), Edward Snowden.
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O jornal “O Globo” revelou neste sábado (6) que o Brasil não só é um dos alvos da espionagem cibernética norte-americana, como é o país latino-americano mais monitorado. No continente, o país só fica atrás dos Estados Unidos, que tiveram 2,3 bilhões de mensagens e ligações monitoradas.
Segundo Greenwald, o interesse pode estar no tráfego de dados na internet que passa pelo Brasil, já que toda a rede está interligada.
“Não temos acesso ao sistema da China, mas temos acesso ao sistema do Brasil. Então estamos coletando o trânsito do Brasil não porque queremos saber o que um brasileiro está falando para outro brasileiro, mas porque queremos saber que alguém na China está falando com alguém na Irã, por exemplo”, descreve o jornalista.
A NSA mantém parcerias com as maiores empresas de internet americanas. No último 6 de junho, o jornal britânico “The Guardian” informou que o software Prism permite à NSA acesso a e-mails, chats online e chamadas de voz dos usuários dos serviços da Apple, Facebook,Google, Microsoft, YouTube, Skype, AOL, Yahoo! e PalTalk.
Porém, segundo “O Globo”, somente o Prism não dá à NSA acesso a todo o tráfego de informações e grandes volumes de telefonemas e dados na web não ocorrem nas ferramentas monitoradas pela NSA. Por isso, a agência desenvolveu outros programas com parceiros corporativos que possam fornecer acesso às comunicações internacionais.
Uma dessas iniciativas é o Fairview, que permite a coleta de dados em redes de comunicação no mundo todo, numa parceria com uma grande empresa de telefonia dos EUA.
Essa empresa, por sua vez, mantém relações de negócios com outros serviços de telecomunicações, no Brasil e em outros países. Como resultado das suas relações com empresas não americanas, essa operadora dos EUA tem acesso às redes de comunicações locais, incluindo as brasileiras.
Neste domingo, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que irá discutir o “aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações” no âmbito da União Internacional das Telecomunicações (UIT), entidade da ONU.
Já a Polícia Federal e Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) investigarão se empresas sediadas no Brasil deixaram que a NSA tivesse acesso às suas redes de comunicação locais.
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