segunda-feira, 29 de julho de 2013

Seguranças do Papa falam dos momentos mais marcantes da JMJ

Em um dos momentos da Jornada Mundial da Juventude, o Papa se emocionou ao abençoar um menino.



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Durante a semana, nossas câmeras detectaram os mesmos rostos muito perto do Papa Francisco. Como sombras, eles seguiam o sumo pontífice onde quer que ele fosse. O Fantástico foi atrás desses rostos.
Izabel Asmus, Mauro Monteiro, Deilson Soares e Marcel Iriart. Eles são agentes da Polícia Federal com uma missão histórica. “É porque ninguém está ali atacando ele, a gente tem noção disso. É o excesso de amor”, diz Mauro.
Essa foi a saga da semana, em cinco capítulos:
“Os sombras do Papa contra o excesso de amor”. Participação especial: Papa Francisco.

Capítulo 1: A mania do vidro aberto
Quem é que já viu um Papa andar de vidro aberto? “Isso causa grandes dificuldades para nós. Uma das primeiras coisas que ele faz quando entra no carro é abaixar o vidro. Só em um momento que eu acabei pedindo a ele que levantasse o vidro, foi naquele problema da segunda-feira, na Presidente Vargas”, diz Deilson.
Foi logo na chegada do Papa ao Rio. O cortejo pegou o caminho errado. Deilson estava dentro do carro do Papa, no banco do carona. “Eu pedi a ele que levantasse o vidro, que ia facilitar um pouquinho o nosso trabalho. Fiquei surpreso com a resposta, que praticamente não falou nada: "tudo bem, tudo bem", sorriu e não mexeu um centímetro no vidro. Meu vocabulário, de dentro do carro, acabou se resumindo a duas palavras: ‘distância, por favor’. A maioria não me ouvia”, conta Deilson.
Mauro estava em pé, em volta do carro. “Eu estou sem voz de tanto que eu peço para as pessoas saírem de perto, mas tem que lidar com isso”, conta.
Capítulo 2: O Papa e as crianças
“As pessoas já têm esse hábito de dar suas crianças para que o Papa beije e abençoe. Vários conseguem porque ele realmente parece que ele beija o máximo que ele pode, parece que o limite é o tempo”, diz Mauro.
“Observamos até certas condutas perigosas desse pais, porque lançavam, às vezes o carro em movimento, e eles queriam que o Papa tocasse, abençoasse de alguma forma e aquilo trazia inclusive risco para aquelas crianças ali, coisa que os pais não mediam”, conta Marcel.
“Tinha pai que saía erguendo a criança como se fosse um troféu”, conta Izabel.
Capítulo 3: Os dribles do Papa argentino
Para voltar do Santuário de Aparecida, no interior de São Paulo até o Rio, o Papa precisou primeiro pegar um helicóptero até São José dos Campos. Lá, ele deveria subir imediatamente no avião que o levaria de volta para a Jornada Mundial da Juventude. Mas antes...
“Ele pisou na grama, pisou na lama e foi até as pessoas e ficou com cada uma delas, abençoou todas as crianças que estavam ali”, conta Mauro.

“Eu tenho a impressão nítida que ele consegue identificar, no meio daquela multidão, aquela enorme multidão, pessoas que precisam do contato dele”, declara Deilson.
O Papa identificou Warlem na multidão que o esperava em Aparecida. E aí a gente já passa para um capítulo complicado na saga dos seguranças:
Capítulo 4: As descidas do Papamóvel
“Ele viu o menino, quando ele viu, ele pediu para o motorista parar, foi até o menino com a mãe, a mãe trouxe o menino no colo, tirou ele da cadeira, trouxe ele no colo”, conta Mauro.
“Ele deu um beijo e me abraçou. Eu nem tenho palavras para expressar isso”, declara Warlem Ferreira, de 14 anos.
“Eu não esperava, ele é muito humilde, ele é como a gente”, diz Cristiane Ferreira, mãe de Warlem.
“Visivelmente, ele procura o olhar de cada um. Eu tenho certeza de que todo mundo, quando ele passa, tem certeza de que foi para si o olhar, o gesto, a bênção, o sorriso”, ressalta Mauro.
Uma senhora teve certeza. Francisco foi até ela.
“As pessoas, quando o Papa chega perto do gradil, pressionam e ela é uma senhora frágil, pequenina que estava ali e a gente pedindo que as pessoas não amassassem ela. Houve, na verdade, esse respeito”, diz Marcel.
O Papa também se emocionou.
Capítulo 5: O menino que fez Francisco chorar
O garoto foi comovente, o garoto chorava muito, queria muito abraçar o Papa, o Papa observou, chamou, mandou trazer.
“Quando eu dei uma olhada assim para o Papa, eu percebi que a lágrima do Papa também descia no rosto do Papa. Ele também se comoveu com o menino, como o menino se comovia com ele. Foi fantástico”, conta Deilson.
“O menino era carinhoso. Parecia que o menino tinha assunto para falar com o Papa Francisco, que ficou contando uma coisa, chorando, contando”, diz Marcel.
Agora, a gente ficou curioso para saber o que aquele menino falou para o Papa. Pois um dia depois, no meio da multidão em Copacabana, a gente encontrou o Nathan. Ele tem nove anos, e vai nos dizer agora:
Fantástico: Nathan, o que você disse para o Papa?
Nathan Pires: Eu falei que queria ser padre, que eu queria seguir o Ministério de Cristo.
Nathan: Ele me falou ‘você ora por mim que eu oro por ti’. E naquele momento eu senti a minha vocação concretizada.
Fantástico: Você ficou emocionado?
Nathan: Muito. Algumas fotos indicam que eu chorei muito assim. Meu coração já bateu e quando eu comecei a falar com ele, encostei nele, nossa.
“A gente não pode deixar ele longe de tudo. Ele tem que exercer o papel dele, de ser um pastor, de ser um padre, de ser um Papa. Então, ele tem que estar perto das pessoas e o nosso papel é deixar que ele faça isso, com segurança”, diz Felipe.
“A gente tenta ficar prestando atenção no nosso trabalho, mas ao mesmo tempo a energia emociona”, declara Izabel.
E essa é daquelas histórias que a gente já sabe quem vence no final. “A certeza de que o amor está no ar é uma coisa que a gente não consegue esquecer jamais”, declara Marcel.

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