sexta-feira, 27 de abril de 2012


Crise internacional atraiu imigrantes ao Brasil




O desempenho da economia do Brasil diante da crise financeira que teve início em 2008 atraiu estrangeiros ao país e também influenciou a volta para casa de brasileiros que moravam fora. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quarta-feira, 27, os dados consolidados do Censo 2010.
A pesquisa do IBGE mostra que, em 2010, 286,5 mil “imigrantes internacionais” (nomenclatura do instituto para a população que chega ao Brasil, independentemente de serem nacionais ou estrangeiros) que tinham passado os últimos cinco anos fora do país estavam de volta. Houve crescimento de 86,7% em relação aos mesmos dados de 2000, quando o total desses imigrantes foi de 143,6 mil.
Da população que chegou no país em 2010, os brasileiros representaram mais da metade (65%), o que corresponde a 174,6 mil pessoas – o dobro do retorno identificado na pesquisa anterior (87,9 mil).
O coordenador da pesquisa, Luiz Antônio Oliveira, explica que a situação econômica do Brasil e as dificuldades financeiras de outros países impulsionaram a volta de brasileiros e a formação de "correntes novas de migração".
"Há uma situação difícil no Japão e sobretudo na Europa, mas por outro lado oportunidades mais claras no Brasil", disse Oliveira.
De acordo com o levantamento do instituto, os principais destinos dos imigrantes no Brasil em 2010 foram São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
Já a origem de quem veio ao país, as principais foram os Estados Unidos (51,9 mil imigrantes), o Japão (41,4 mil), o Paraguai (24,7 mil) e Portugal (21,4 mil). Na década anterior, o Paraguai e o Japão apareciam antes dos norte-americanos, seguidos pela Argentina e pela Bolívia.

Ceará recebe migrantes
O Ceará foi o estado que registrou o maior percentual de imigrantes de retorno do país, de 46,6%. O segundo maior, 44,2%, no Rio Grande do Sul.
A “migração de retorno” se refere às pessoas que nasceram no mesmo estado em que residiam na data de referência do Censo, mas que moravam em outra unidade da Federação cinco anos antes. Esse público representou mais de 40,0% entre os estados da Região Nordeste, com exceção do Rio Grande do Norte e Sergipe.
Em 2000, os migrantes de retorno representavam 22,0% do total de migrantes (1,1 milhão de pessoas) do Brasil. Em 2010, esse percentual subiu para 24,5% dos migrantes (1,23 milhão de pessoas).

Agência Brasil

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