segunda-feira, 5 de novembro de 2012


VIDAS SECAS – Os vários lados da seca que atinge o Ceará




O Ceará vive a pior seca desde 1983. Acompanhe o sofrimento de quem vive esta realidade na série Vidas Secas, realizada pelos repórteres Omar Jacob e Carlos Elionildo no sertão do Ceará. A Série de cinco reportagens será apresentada durante esta semana na primeira edição do Jornal da Jangadeiro, às 11h20 (horário local).

Situação limite na região dos Inhamus

Para as famílias que vivem em Tauá, no sertão dos Inhamus, localizado próximo a divisa com o Piauí, a situação está no limite. A região é uma das mais secas do Ceará e uma das mais atingidas com a estiagem neste ano.
Dona Maria, de 60 anos, tenta salvar os animais que cria com o pouco da água que ainda tem. “A seca é grande. Eu nem sei mais o que eu faço. Não tem água nem pra mim”, disse.

Água sem tratamento reflete na saúde da população

Com uma temperatura que passa dos 40 graus, a maior parte dos reservatórios está praticamente seca. Segundo a prefeitura de Tauá, pelo menos 40% da população já depende do abastecimento de carros pipa. O problema é que a água que chega até as famílias é sempre suja, salgada e imprópria para o consumo.
De acordo com a agente de saúde dos Inhamus, Lúcia Liola, o reflexo do consumo de água imprópria já compromete a saúde de várias comunidades. “O consumo de água sem o tratamento adequado deixa a população com problemas de saúde, os mais frequentes são diarreia, gripe e infecção urinária”, informou.

Jovens procuram alternativas para fugir da seca

Nos últimos anos, os jovens tem deixado o sertão. No levantamento do IBGE mostra que nos últimos dez anos, 14% dos jovens de até 19 anos deixaram a tradição de família em busca de outras oportunidades.
De acordo com o agricultor, Manuel Sobrinho, 49 anos, quando o pai coloca o filho na escola já é pensando em ele não trabalhar com a agricultura, já que a atividade não é compensadora. Todos os filhos de Manuel fugiram da seca e foram para São Paulo, Minas Gerais e Fortaleza. “Antigamente se via muitos jovens nesta região. Hoje eles vão embora a procura de outros meios de vida, porque aqui não dá para sobreviver”, finalizou.
Acompanhe:


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