Após mortes em confrontos de rua, gabinete interino se demite no Egito
Junta militar que governa país no pós-Mubarak ainda não decidiu se aceita.
Repressão a protestos concentrados na Praça Tahrir matou ao menos 22.
O porta-voz Mohamed Hegazy afirmou que, considerando a situação difícil pela qual o país passa, os ministros do gabinete do premiê Essam Sharaf vão continuar nas suas funções até que uma decisão seja tomada.
O Conselho Militar confirmou ter recebido o pedido, mas não informou se iria aceitá-lo. Segundo a TV Al Jazeera, a demissão teria sido aceita. Mas uma fonte do conselho afirmou à agência Reuters, sob anonimato, que os militares estariam tentando um acordo em torno do nome de um novo premiê antes de aceitar a demissão.
Os confrontos entre a polícia egípcia e manifestantes, deixaram 22 mortos, 21 no Cairo e um em Alexandria, nos últimos três dias. O Ministério da Saúde também falou em pelo menos 1.700 feridos.
Os enfrentamentos, centralizados na emblemática Praça Tahrir, prosseguiram na manhã desta segunda-feira entre a polícia, que disparava bombas de gás lacrimogêneo, e centenas de manifestantes divididos em pequenos grupos na praça e nas imediações. Estes respondiam jogando pedras.
Os incidentes foram registrados a uma semana do início, em 28 de novembro, das primeiras eleições legislativas depois da queda em fevereiro do ditador Hosni Mubarak, obrigado a renunciar por uma revolta popular, dentro do contexto da Primavera Árabe.
Os manifestantes exigem o fim do poder militar instaurado depois da queda de Mubarak e uma transição mais rápida para a democracia.
Os manifestantes exigem o fim do poder militar instaurado depois da queda de Mubarak e uma transição mais rápida para a democracia.
Essam Sharaf, nomeado para a liderança do governo em março, era muito popular no movimento pró-democracia, mas sua imagem foi comprometida devido a sua fraqueza frente à tutela das Forças Armadas e à lentidão em aplicar as reformas.
A revolta popular é dirigida em particular contra o marechal Hussein Tantaui, chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas e governante de fato do país.
EUA preocupados
Os Estados Unidos manifestaram "profunda preocupação" com os novos episódios de violência no Egito, pediram "moderação" às partes e afirmaram que esperam que a transição democrática seja mantida.
Os Estados Unidos manifestaram "profunda preocupação" com os novos episódios de violência no Egito, pediram "moderação" às partes e afirmaram que esperam que a transição democrática seja mantida.
"Estamos profundamente preocupados com a violência", declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. "Pedimos a todas as partes que (tenham) moderação", acrescentou, indicando que é "importante que o Egito siga avançando" em uma transição democrática.
Pouco antes nesta segunda, o Pentágono havia reagido de forma parecida ao pedir "a todos moderação" em um país que registrou violentos choques entre as forças de segurança e manifestantes que exigem a saída do governo militar, amplamente equipado e formado por Washington.
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