quinta-feira, 29 de dezembro de 2011


Coreia do Norte louva feitos militares no funeral de Kim Jong-il

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  • Corpo do líder norte-coreano Kim Jong-il é velado no Palácio Kumsusan, em Pyongyang, nesta foto tirada em 28/12/2011 e divulgada no dia 29/12/2011.  REUTERS/KCNA
    Corpo do líder norte-coreano Kim Jong-il é velado no Palácio 
    Kumsusan, em Pyongyang, …

SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte louvou na quinta-feira os avanços militares promovidos pelo falecido líder Kim Jong-il, sinalizando que seu filho e sucessor, Kim Jong-un, deve manter as mesmas políticas que empobreceram o país, mas dotaram-no de capacidade nuclear.
Cerca de 100 mil pessoas - incluindo soldados fardados e civis com a cabeça descoberta, apesar do frio de 10 graus centígrados, reuniram-se em silêncio na capital, Pyongyang, para lamentar a morte de Kim, que governou a Coreia do Norte por 17 anos, até sofrer um infarto em 17 de dezembro.
Kim Jong-un se tornará, antes de completar 30 anos, o terceiro membro da família a governar a Coreia do Norte, que foi fundada em 1948 por seu avô, Kim Il-sung. Ele assumiu a posição central no palco da praça Kim Il-sung para ouvir tributos ao "grande revolucionário" Kim Jong-il.
O presidente do Parlamento, Kim Yong-nam, disse, por exemplo, que "o Grande Líder Kim Jong-il (...) lançou as bases para que nosso povo sobreviva como um povo autônomo de uma potência militar de primeira linha, e um orgulhoso Estado nuclear".
A Coreia do Norte já realizou dois testes com armas atômicas, e especialistas dizem que o país está prestes a ter ogivas nucleares em condições operacionais, o que poderia abalar a estabilidade do leste da Ásia, mas daria ao governo norte-coreano uma ferramenta para barganhar ajuda econômica internacional.
A TV estatal norte-coreana mostrou o jovem Kim ladeado à direita pelo chefe das Forças Armadas, general Ri Yong-ho, na sacada da Grande Casa de Estudos Populares. Perto dele estavam também o ministro da Defesa, Kim Yong-chun, e um tio do novo líder, Jang Song-thaek, visto como uma espécie de "regente" durante a transição.
Solene e fazendo caretas, Kim - supostamente prestes a completar 28 anos - manteve-se de pé, imóvel, durante a cerimônia. Ele só despontou como sucessor do regime comunista no ano passado, quando assumiu cargos partidários e militares de alto escalão.
"O camarada Kim Jong-un é o mais graduado líder do partido e do povo a assumir a filosofia e a liderança do Grande Líder Kim Jong-il, sua personalidade e sua moral, sua coragem e sua audácia", disse Kim Yong-nam.
Ao final da cerimônia, a multidão - que se espalhava por ambas as margens do rio Taedong - baixou a cabeça. Barcos e trens parados nas redondezas soaram suas buzinas durante três minutos em homenagem ao líder morto.
Os panegíricos foram escassos em elogios sobre feitos econômicos de um dirigente que usava a política do "Songun" ("os militares em primeiro lugar") para desviar recursos a fim de fortalecer o arsenal convencional e desenvolver armas de destruição em massa.
O PIB norte-coreano é hoje menor do que na década de 1990, quando o país era governado por Kim Il-sung. Problemas climáticos, a má gestão econômica e sanções internacionais devido aos testes nucleares e com mísseis fizeram com que a Coreia do Norte mergulhasse em uma profunda crise econômica, fazendo com que milhares de cidadãos morressem de fome, especialmente na década de 1990.

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