sexta-feira, 16 de agosto de 2013

IPPS fecha as portas definitivamente




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Na manhã de ontem, o ´velho´ IPPS terminou de ser esvaziado, após quatro décadas. Ainda havia ali 293 detentos


Após 43 anos de inaugurado, o Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), em Aquiraz, foi desativado, em virtude de estrutura física estar em péssimas condições e por consequência não tinha mais como oferecer aos presos condições dignas de cumprimento de pena.



A velha penitenciária já não tinha mais condições de funcionar. Havia ali muita insegurança e péssimas condições estruturais, segundo a Secretaria da Justiça


Segundo a coordenadora do Sistema Penal, Socorro Matias, "a gestão da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) tem duas metas as serem atingidas, que são o princípio de dignidade e possibilitar segurança, em prol da sociedade, para que o apenado saia do sistema carcerário sem o risco de reincidir".



A penitenciária foi inaugurada no dia 18 de agosto de 1970. Na última quinta-feira, os 293 detentos restantes foram transferidos para cinco unidades prisionais localizadas na RMF.



Para a transferência, foram levados em consideração o grau de periculosidade, o delito cometido e o regime da pena. Os considerados mais perigosos foram transferidos para a Penitenciária de Pacatuba. Os que cumprem pena em regime semiaberto estão no Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira II (IPPOO II). Os demais foram remanejados para as CPPLs I e III, em Itaitinga, e do Carrapicho, em Caucaia.



Um grande aparato da Polícia Militar e da Secretaria Estadual da Justiça (Sejus) foi mobilizado desde cedo da manhã de ontem para garantir a segurança na transferência dos presos. Durante a operação não houve incidentes fotos: Érika fonseca



Segurança



Para a transferência dos detentos do IPPS foram mobilizados policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), Comando Tático Motorizado, Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), Canil, Batalhão de Policiamento de Guarda (BPGuarda), responsável pela segurança das unidades prisionais, e 70 homens da Sejus, entre agentes penitenciários e membros do Grupo de Apoio Penitenciário.



"Ao todo, são 230 homens e 11 veículos, entre micro-ônibus, vans e viaturas do policiais e do GAP", destacou Socorro Matias. A operação ocorreu sem nenhum incidente e todos os presos chegaram às unidades.



Desde 2010, o IPPS não recebia novos detentos. A interdição foi determinada pelo juiz Luiz Bessa Neto, da Vara de Execuções Penais. Na época, a unidade prisional contava com uma população carcerária de 1.116 detentos. O magistrado ainda ordenou que a penitenciária fosse desativada num prazo de dois anos. No início de 2013 o prazo foi prorrogado por 10 meses. Antes, outras duas unidades prisionais foram desativadas, a Colônia Penal Agrícola de Amanari, em Maranguape; e o Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira I (IPPOO I), na Avenida dos Expedicionários, no bairro Itaperi, nesta Capital cearense.



Os 293 presos restantes na maior unidade carcerária do Estado foram levados para outras cadeias, como a Penitenciária de Pacatuba e as Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs), onde cumprirão o restante de suas respectivas penas



O IPPS, segundo Socorro Matias, era considerado uma unidade prisional de segurança média. A titular da Coordenadoria do Sistema Penal (Cosipe) lembrou que o um presídio para ser considerado de segurança máxima (atualmente, denominação técnica é alta segurança) deve ter celas individuais e não pode exceder a 200 presos.



Futuro



A antiga estrutura do IPPS será demolida. Socorro Matias disse que ainda não tem como informar se o procedimento será o tradicional ou por meio de implosão. A muralha passará apenas por reforma.



No terreno, serão construídas duas unidades de média segurança, cada uma com capacidade para 650 internos; e um de alta segurança, que abrigará 100 detentos.



Na maior penitenciária do Estado foi construída um pavilhão para abrigar presos de alta periculosidade. Na prática, era uma penitenciária dentro da outra. A unidade foi apelidada pelos presos de "Selva de Pedra".



Com o passar dos anos, a "Selva de Pedra" se tornou o pavilhão dos religiosos, que não oferecem perigo à segurança da unidade carcerária.



Os pertences do "irmãos" foram deixados nas celas, acondicionados em sacos plásticos e deverão ser levados pelos familiares deles.



Dependendo da CPPL para onde o detento foi mandado, determinados objetos não podem entrar. A Sejus futuramente chamará os parentes desses internos para que dizer o que pode ser levado para o novo local do cumprimento de pena.



FERNANDO BARBOSA


REPÓRTER





FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1305080

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