Ceará vai fechar 2012 com mais de R$ 8 bilhões arrecadados em impostos
Com o valor, seria possível fazer a compra de mais de 100 mil ambulâncias equipadas ou, até mesmo, contratar mais de 612 mil professores do ensino fundamental
Alvos de diversas reclamações, os impostos são significado de fortes dores de cabeça para muitos cearenses. Com base em dados da Associação Comercial de São Paulo, Ceará vai terminar o ano com um total arrecadado de mais de R$ 8 bilhões pagos em impostos. Em Fortaleza, esse valor é de mais de R$ 4 bilhões. No Brasil, o “impostômetro” superou em 2012 a marca de R$ 1 trilhão.
Além de contabilizar esses números, a associação também faz a estimativa da quantidade de ações que poderiam ser feitas com toda essa quantia arrecadada anualmente, chamando a atenção para os benefícios que o dinheiro traria.
A associação mostra que, com esse valor, 101.529 ambulâncias poderiam ser compradas ou 592.253 novas salas de aula contruídas. A comparação também destaca 170.273 postos policiais ou 7.107 quilômetros de asfalto poderiam ser feitos ou, até mesmo, tornar possível a contratação de mais de 612 mil professores do ensino fundamental.
Quanto você paga
Em setembro, uma reportagem do Jangadeiro Online também chamou a atenção para como os tributos sobre cada produto existente num supermercado os tornavam bem mais caros, fazendo com que o consumidor pagasse uma conta bem alta.
Em um cálculo feito por meio do site da Associação Comercial de São Paulo, houve a constatação que pelo menos 36% do valor da pensão recebida pela aposentada Elizabeth Tavares foram utilizados para o pagamento dos impostos sobre os itens comprados em supermercados e sobre o consumo de energia elétrica, telefone e gás, além da rede de abastecimento de água e esgoto.
Com base no valor da aposentadoria recebida por ela, Tavares gasta em média R$ 403 somente em impostos sobre os serviços citados. A aposentada precisaria trabalhar 13 dias em um mês somente para compensar o total gasto em tributos. “Estou impressionada com esses números, pois aproveito todas as promoções dos supermercados e a gente sempre tenta economizar com a conta de água, luz. Mesmo assim, ainda pago isso tudo”, diz.
Na média
Por mais que possa parecer alto, o percentual gasto em tributos pela aposentada está na média do que é pago pela maioria dos brasileiros, segundo o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará (CRC-CE), Cassius Coelho. Ele explica que o valor dos impostos varia de acordo com o tipo de tributo referente a cada produto. “Esse percentual varia, pois os itens considerados supérfluos têm uma tributação maior do que os alimentos que fazem parte da cesta básica. Mas a média é de 30% podendo chegar a 35”, esclarece.
Coelho reconhece que a tributação é necessária, mas lamenta que alguns serviços básicos como educação e saúde não são oferecidos da forma mais eficaz no Brasil. Ele acredita que o valor dos impostos no país são bem altos, devido à falta de retorno. “Nós acabamos tendo que pagar duas vezes por serviços que deveriam ser gratuitos, pois a gente tem que pagar em geral pelo uso de escolas e hospitais particulares. Alguns países têm a tributação mais cara, mas eles garantem esses serviços básicos”, lembra.
O presidente do CRC-CE ressalta que a estrutura tributária no Brasil é baseada nos serviços de consumo e isso acaba prejudicando a população com baixa renda. “Quem paga o imposto é o consumidor final e uma pessoa que precisa se alimentar diariamente em restaurantes acaba tendo que pagar mais impostos, o que acaba tornando essa tributação sobre o consumo ainda mais cara”, acrescenta.
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