Dilma chega à Bélgica para participar da Cúpula Brasil-União Europeia
Brasília - A presidente Dilma Rousseff chegou por volta de 13h30m (8h30m em Brasília) deste domingo a Bruxelas, início de um tour de uma semana por três países da Europa - além da Bélgica, ela irá para Bulgária e Turquia. Dilma estava acompanhada dos ministros Aloizio Mercadante (Ciências e Tecnologia), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Helena Chagas (Comunicação Social), Ana de Holanda (Cultura) e Orlando Silva (Esporte). Além deles, integram a comitiva oficial o cartunista Ziraldo e a diretora da Petrobras, Maria da Graça Foster.
Dilma almoçou no hotel e, à tarde, foi visitar o Musée Magritte acompanhada de todos os ministros. O próprio diretor-geral do museu, Michel Draguet, serviu de guia para a trupe, explicando a importância da obra de René Magritte, artista belga nascido em 1898 e que faleceu em 1967. De acordo com um integrante da comitiva, Dilma encantou-se com a história de resistência do artista ao nazismo. Uma das obras que Draguet lhe chamou a atenção foi um quadro em que o artista retrata "as grandes esperanças". A obra foi pintada durante a crise da Bolsa de Nova York, em 1929. À saída, Dilma não quis falar com a imprensa. Ao se despedir de Draguet, tentou ensaiar umas frases em francês, mas faltaram-lhe palavras. Acabou socorrida pelo chefe do cerimonial do Palácio da Presidência, ministro Renato Mosca.
No primeiro dia de reuniões da 5ª Cúpula Brasil-União Europeia, na Bélgica, a presidente Dilma Rousseff vai reiterar a preocupação com os impactos da crise econômica internacional. Dilma vai defender a parceria estratégica com o bloco como alternativa para amenizar os prejuízos causados pela crise. Ela também deverá destacar que o Brasil está disposto a colaborar com os europeus no que for necessário. Em outra frente, Dilma vai tentar destravar um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, cujas negociações foram suspensas em 2006.
Para a presidente, um dos mercados que deveriam ser abertos aos brasileiros na Europa é o setor de serviços. Porém, há resistências dos europeus, que temem a competição.
A presidente deverá lembrar, ainda, que o desenvolvimento sustentável não pode ser excluído da pauta de discussões. O assunto é o principal tema da Conferência Rio+20, que ocorrerá no Rio de Janeiro entre 28 de maio e 6 de junho de 2012. Será a maior conferência mundial sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde.
Paralelamente, Dilma tratará dos temas que interessam às negociações envolvendo Mercosul e União Europeia. Há articulações para que seja fechado, ano que vem, um acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos. Segundo especialistas, com o acordo, as possibilidades de negócios e de geração de empregos serão multiplicadas com o acordo.
Porém, a negociação sofre resistências de alguns governos, como o da França, que teme, por exemplo, a competição com a carne produzida na América do Sul. Outra negociação envolve a indústria manufatureira. As negociações para criação do livre comércio entre os dois blocos foram interrompidas em 2006 e só foram retomadas este ano.
Nos discursos recentes que fez na Organização das Nações Unidas (ONU) e no Peru, Dilma disse que a crise não foi causada pelos emergentes, e sim, pelos países mais ricos. Ela se referiu aos Estados Unidos e aos europeus.
Além de participar da reunião de cúpula com a União Europeia, a presidente foi convidada a abrir o 23º Europalia, o maior festival europeu de cultura que, este ano, vai homenagear o Brasil. Também está previsto um encontro com o rei Albert II, da Bélgica. De Bruxelas, Dilma segue para a Bulgária, onde vai conhecer a família do pai dela, Pedro Rousseff, que emigrou para o Brasil e nunca mais voltou.
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