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Uma autoridade da Casa Branca disse que os presidentes discutiram sobre a suposta espionagem da NSA
São Petersburgo e Washington. A presidente Dilma Rousseff e seu colega americano, Barack Obama, encontraram-se a sós ontem, após a abertura da reunião de cúpula do G-20, o grupo de maiores economias do mundo, em São Petersburgo (Rússia).
O diálogo entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos era esperado após denúncias de que os americanos espionaram brasileiros, entre eles a própria Dilma Rousseff FOTO: PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA/ ROBERTO STUCKERT FILHO
Uma autoridade da Casa Branca disse que Dilma e Obama discutiram a suposta espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), mas não forneceu mais detalhes.
Os dois líderes, que estão em São Petersburgo, na Rússia, para participar da cúpula do G20, se sentaram lado a lado na primeira sessão plenária do encontro. O governo brasileiro deu prazo até sexta-feira para os Estados Unidos darem uma explicação por escrito sobre qual era a intenção da NSA em monitorar as comunicações de Dilma.
O vice-assessor de segurança nacional para Comunicações Estratégicas dos Estados Unidos, Ben Rhodes, disse que Washington trabalhará para resolver o impasse por meio de "canais diplomáticos e de inteligência".
Em conversa com jornalistas no avião presidencial a caminho de São Petersburgo, Rhodes disse que os EUA reconhecem a importância dessa questão para os brasileiros. Dilma cancelou a ida a Washington da equipe que faria a preparação de sua viagem aos EUA, marcada para outubro.
O assessor de Obama ressaltou que o foco agora é mostrar aos brasileiros a "natureza" das ações de inteligência americanas. "Nós fazemos nossa inteligência exatamente como qualquer outro país ao redor do mundo", afirmou Rhodes.
Reunião de trabalho
Encerrada a cerimônia de boas-vindas do G-20, líderes das 19 maiores economias mundiais participaram da primeira reunião de trabalho. Depois, se dirigiram ao Palácio Grand Peterhof, em São Petersburgo, onde o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu um jantar aos chefes de Estado. Dilma Rousseff e Barack Obama chegaram atrasados ao local.
Terrorismo
Na abertura do G-20, o escândalo provocado pelas suspeitas de monitoramento de e-mails, navegação de internet e ligações telefônicas de Dilma pelo NSA gerou controvérsia internacional, após o porta-voz do presidente Putin comparar a espionagem americana a atos de "terrorismo". A declaração não foi chancelada por outros governos dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
"Os Brics expressaram descontentamento com o fato de que a espionagem digital foi usada para espionar assuntos internos dos Brics", afirmou o assessor de imprensa da presidência da Rússia, Dmitri Peskov, no mesmo momento em que os presidentes e primeiros-ministros estavam reunidos em cúpula no Palácio Constantino.
"Os líderes dos Brics consideram que esse tipo de ação é similar a terrorismo".
Papa faz apelo a líderes
Vaticano. O papa Francisco pediu aos líderes do G-20 para abandonem a "busca inútil por uma solução militar" na Síria. Em vez disso, ele pede que os líderes trabalhem em um diálogo para uma negociação que termine com o conflito.
O papa enviou ontem carta a Vladimir Putin, presidente da Rússia e anfitrião da reunião do G-20, na qual lamenta o fato de que "interesses de apenas um lado" prevaleceram na Síria. O diálogo, diz o papa, permitiria que um "massacre sem sentido" de inocentes continue.
"Para os líderes (do G20) presentes, para todos e cada um, faço um apelo sincero para que ajudem a encontrar caminhos para superar as posições conflitantes e deixar de lado a busca inútil por uma solução militar".
Ele disse que a comunidade internacional deve pressionar por "uma solução pacífica através do diálogo e da negociação".
Uma vigília pacífica foi convocada para amanhã, em frente à Praça de São Pedro, no Vaticano. Ontem, o Vaticano pediu que os embaixadores credenciados na Santa Sé se posicionem.
Representantes dos EUA e da França, países que defendem a intervenção militar, estavam entre os cerca de 70 embaixadores na reunião de ontem com o arcebispo Dominique Mamberti, ministro das Relações Exteriores do Vaticano.
Anfitrião do G-20, Putin tenta convencer o presidente dos EUA, Barack Obama, a desistir de ataques aéreos para punir o presidente Bashar al Assad pelo ataque com armas químicas, que o Ocidente imputa ao governo sírio. O governo de Assad nega responsabilidade.
FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1314811
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