terça-feira, 17 de setembro de 2013

Dilma cancela viagem aos EUA após denúncias de espionagem

Presidente disse que cancelou viagem por 'ausência de apuração' de espionagem



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 A presidente Dilma Rousseff decidiu nesta terça-feira (17) não ir a Washington no próximo mês, no que seria a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro em quase duas décadas. 

Em nota, ela alegou que "tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington -e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação- não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada".

A decisão foi tomada mesmo depois de o presidente norte-americano, Barack Obama, ter telefonado na segunda-feira (16) para Dilma, numa tentativa de evitar o cancelamento da visita de Estado da brasileira aos EUA no mês que vem. Segundo a reportagem apurou, Dilma havia dito ao colega ter dificuldades para manter a viagem marcada para o dia 23 de outubro.
Dilma diz, por meio de comunicado da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, que coube aos dois presidentes decidir pelo adiamento da viagem, "pois os resultados dessa visita não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada".
"O governo brasileiro tem presente a importância e a diversidade do relacionamento bilateral, fundado no respeito e na confiança mútua", diz a nota. "As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos", continua.
A presidente também afirma, na nota, que o país "confia que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceira estratégica e patamares ainda mais altos". 

Na avaliação da presidente, os EUA não pediram desculpas e não deram explicações convincentes sobre a espionagem no Brasil, que atingiu a comunicação da própria presidente com auxiliares. O país chegou a dar a entender que manteria a prática de monitorar o Brasil.
Categoria diplomática mais alta concedida a estrangeiros, a visita de Estado é reservada a parceiros estratégicos mais próximos dos EUA e implica em formalidades como um jantar de gala na Casa Branca e uma cerimônia militar na chegada. O último presidente recebido com tal honraria havia sido Fernando Henrique Cardoso.

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