Sindicato não define se nova assembleia será realizada
A Adufc ainda não se manifestou sobre a validade da petição entregue pelos professores na última quinta-feira, 23, pedindo que uma nova assembleia seja realizada para discutir se a greve deverá continuar ou não
Professores e estudantes da UFC e Unilab fizeram protesto na última quinta-feira, quando também entregaram petição à Adufc
A disputa entre os professores das universidades federais do Ceará segue carregada de tensão política. Claramente divididos, os docentes disputam pela continuidade ou não da greve da categoria.
A diretoria da Associação dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc) marcou reunião, na tarde de ontem, para discutir a validade de uma petição feita pelos professores de oposição à gestão do sindicato.
Eles pedem que uma nova assembleia seja realizada para discutir a continuidade ou não da paralisação. Porém, a assessoria jurídica da Adufc não deu o parecer final. A indecisão continua.
Apesar de não adiantar a decisão que será tomada, a diretoria da Adufc diz que a última assembleia, realizada na quarta-feira, 22, “respeitou todas as normas estatutárias”. A afirmação é da diretora da associação, Mirtes Amorim. “Não vejo nenhum motivo para que a assembleia não seja validada”, acrescenta o também diretor da Adufc, Beltrão Sabadia.
Os diretores da Adufc também criticam o comportamento dos docentes que foram à sede da entidade na última quinta-feira para entregar a petição. “Houve uma tentativa de tomar a diretoria do sindicato”, critica Mirtes. O professor Eduardo Girão considera que os atos realizados tiveram “cunho fascista”, com pichações e citação do nome de familiares de membros do sindicato.
A professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, Tânia Maria, rebate as acusações. Segundo ela, não houve tentativa de invasão da sede do sindicato. “O nosso objetivo era tão somente entregar a petição. Foi um movimento pacífico e legítimo”, informa. O documento, que conta com 588 assinaturas, já teve a inclusão de 250 novos nomes.
O estatuto da Adufc prevê que uma assembleia geral extraordinária pode ser solicitada pelo conselho de representantes, pela diretoria ou por um grupo de 10% ou mais dos sócios.
Um documento informando o fim da greve foi entregue à administração superior da UFC. Assim, a reitoria planeja inciar, na próxima semana, discussões para o novo calendário universitário.
“O que está na mesa do reitor é que a greve acabou. Isso é fato. A forma como foi decidida não nos interessa. Ao reitor, cabe cumprir os procedimentos oficiais. Se chegar outro documento dizendo que a greve não acabou, nos posicionaremos como tal”, afirmou o reitor da UFC, Jesualdo Farias, ao portal O POVO Online.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
A greve dos docentes da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) inciou no dia 12 de junho. Assembleia decretou fim da greve. Professores entregaram petição pedindo nova assembleia
Saiba mais
Greves nas instituições federais
Três sindicatos representam os docentes das universidades federais e dos institutos federais de educação.
O Sindicato Nacional dos Docentes das instituições de Ensino Superior (Andes/SN) informa que apenas a Universidade de Brasília (UnB) decidiu pelo fim da greve. Outras 51 instituições permanecem paralisadas e duas fazem paralisação parcial.
A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) esclarece que só a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) decidiu pelo fim da paralisação. Outras cinco instituições continuam realizando assembleias.
O último levantamento do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) aponta que 298 campi de institutos federais de educação estão em greve.
Para entender
Dia 22 de agosto
Durante assembleia dos docentes, foi incluída a discussão da continuidade ou interrupção da greve dos professores das universidades federais do Ceará. A oposição à atual gestão da Adufc considerou o ato como golpe.
Dia 23 de agosto
Um grupo de professores e alunos protestou em frente à sede da Adufc e entregou uma petição à diretoria do sindicato. O documento pede que nova assembleia seja realizada para discutir a situação da paralisação na UFC e na Unilab
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