domingo, 19 de agosto de 2012

Promessa da usina movimenta o CE


Alimentado pela ideia da chegada do empreendimento, o Estado investe cada vez mais na área do Cipp

As placas que indicam o terreno da refinaria simbolizam a espera pelas obras Foto: Alex Costa

É possível que, ainda em 2008, quando as obras da Refinaria Premium II tiveram início anunciado para o ano seguinte, a maior parte da população cearense não imaginasse que, quatro anos depois, o empreendimento ainda não tivesse recebido, sequer, autorização para que a construção começasse. Após diversos adiamentos, apresentados, ano após ano, pela Petrobras, a refinaria permanece uma promessa que move um Estado à espera da efetiva chegada do empreendimento de maior magnitude previsto para o Ceará.

Mesmo ainda aguardando a anuência da Fundação Nacional do Índio (Funai) para poder começar as obras, a Premium II já provocou mudanças visíveis que vão muito além das placas espalhadas na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), embora o início das operações esteja previsto para até meados de 2018

Pecém e cidades próximas, como São Gonçalo, assistem ao crescimento contínuo de sua população, acompanhado pelo surgimento de casas, empresas, profissões e serviços diversos FOTO: JULIANA VASQUEZ
os próximos anos, o complexo deve abrigar, durante a construção da refinaria, 90 mil empregos diretos e indiretos relacionados unicamente à unidade. O número representa quase o dobro da população de São Gonçalo do Amarante, que abrigará a unidade de refino.

Alimentado pela ideia da chegada da unidade, o Estado investe, constrói, altera e aguarda. Nesse processo, as alterações no entorno do Cipp e mesmo em cidades distantes já foram responsáveis por transformar a rotina de centenas de indivíduos. Principais atingidas pela espera, as mais de uma centena de pessoas que tiveram suas casas desapropriadas ainda tentam habituar-se a uma realidade que muda a cada dia.

Ao redor delas, o restante da cidade de São Gonçalo assiste ao crescimento contínuo de sua população, acompanhado pelo surgimento de casas, empresas, profissões e serviços diversos.

Ordenamento

Para dar suporte a esse crescimento que ameaça deixar as administrações estadual e municipais incapazes de atender de forma adequada a população, o poder público atua continuamente na tentativa de ordenar uma expansão cujo fim ainda não pode ser previsto.

Apesar do cenário de otimismo, os diversos atrasos pelos quais a instalação da Premium II já passou fazem com que a população tema mais uma postergação do empreendimento, há décadas aguardado e cobiçado por gestores.

Adiamentos

Após o primeiro anúncio, em 2008, as obras foram adiadas para o primeiro trimestre de 2010, período em que foram novamente postergadas para o semestre seguinte. Em março de 2011, nova mudança de planos, os quais não se concretizaram.

O retardo na vinda da Premium II foi responsável pelo atraso não apenas das oportunidades que seriam geradas na construção e na operação da unidade, mas também no atraso de vagas que devem ser criadas em dezenas de empresas que atuarão no entorno da refinaria.

Mão de obra

Assim como acontece a outros empreendimentos de grande porte que irão se instalar no entorno do Cipp, a qualificação da mão de obra é uma das principais preocupações para que as oportunidades que surgirão sejam aproveitadas sobretudo pelos cearenses. 

JOÃO MOURA
REPÓRTER


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