Brasil mantém planos nucleares após revisão em usinas
Rio de Janeiro, 15 set (EFE).- O Brasil deve manter os planos para concluir a terceira usina nuclear do país e construir outras quatro após ter revisado de maneira satisfatória a segurança das duas usinas que estão atualmente em operação, anunciou nesta quinta-feira o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
"Apesar dos recentes episódios no Japão e na França, o Brasil irá manter sua política de expansão do programa nuclear", afirmou o ministro ao participar de um seminário no Rio de Janeiro.
Lobão ressaltou que a segurança das usinas nucleares nacionais foi revisada após o acidente nuclear deste ano em Fukushima, no Japão. Após a analise, os estudos mostraram que não há perigo de um problema similar no país.
O ministro de Minas e Energia destacou que a segurança da energia nuclear no Brasil foi avaliada tanto pela estatal Eletronuclear, quanto pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), por encomenda do próprio ministério.
Segundo Lobão, os resultados desses estudos garantiram "segurança absoluta" dos projetos, inclusive porque o modelo das usinas nucleares brasileiras, assim como seu sistema de segurança, é diferente do usado em Fukushima.
Ainda sobre o trágico episódio no Japão, Lobão afirmou: "Não foi um problema da usina nuclear, mas um problema com as conseqüências de um tsunami e de um terremoto".
Para defender as propostas levantadas, o ministro também usou o exemplo da China, que deve construir 28 reatores nucleares de imediato e outros 100 nos próximos 40 anos.
O Brasil opera duas usinas nucleares com tecnologia alemã em Angra dos Reis, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro. Angra I, com capacidade de 657 megawatts, entrou em operação plena em 1982 e Angra II, com uma potência de 1.350 megawatts, em 2001.
A terceira usina, Angra III, já está em construção e deve começar a funcionar, com uma capacidade de geração de 1.300 megawatts, em 2015.
O Governo definirá somente em 2012 os locais nos quais serão construídas as outras quatro usinas, embora o ministro tenha admitido que duas delas vão estar localizadas no sudeste do país e as outras duas no nordeste.
Após o acidente nuclear em Fukushima vários países decidiram revisar seus programas nucleares em diferentes setores. No Brasil, entre os que defenderam tal revisão, está o presidente do Senado José Sarney. EFE
Nenhum comentário:
Postar um comentário