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Enquanto, em 2012, foram realizados 1.269 transplantes, o Estado registrou neste ano, até agora, 1.272 cirurgias
Toda e qualquer espera pode se tornar angustiante a cada minuto que passa, principalmente se dela depender uma vida. Esse é o sentimento de muitas pessoas que ainda permanecem na fila de espera por um órgão. Mas, para 1.272 pessoas, essa longa luta pela sobrevivência se encerrou. Neste ano, o Ceará já bateu recorde de transplante de órgãos, antes mesmo do fim de dezembro, com um número superior a todos os procedimentos realizados no ano passado, que somaram 1.269 transplantes.
Conforme dados da Secretaria da Saúde do Estado, foram contabilizadas 19 cirurgias, numa faixa etária de 2 a 19 anos de idade. De um total de 355 pacientes ativos que passaram pela fila, apenas duas crianças aguardam um novo órgão
Neste ano, o Estado do Ceará chegou muito próximo de zerar a fila de espera de crianças e jovens por um transplante de rins
Hoje, o Ceará é o 3º lugar do País entre os que mais realizam doação de órgãos. Com uma média de 21,4 doadores efetivos, por milhão de pessoas, o Estado é referência nacional quando o assunto é cirurgia de transplante. A média de doadores no Brasil é de 13,3 por milhão.
"Esses bons números se devem ao bom desempenho das nossas equipes e do intenso trabalho de busca de doadores. Hoje, cada vez mais, a sociedade cearense está solidária a quem aguarda por um órgão", afirma a coordenadora da Central de Transplantes do Estado do Ceará, Eliana Régia Barbosa. A coordenadora ressalta, também, o quanto os meios de comunicação são importantes para a divulgação que, aos poucos, vai criando essa cultura solidária.
Neste ano, o Ceará chegou muito próximo de zerar a fila de espera de crianças e jovens por um transplante de rins. Foram feitas 19 cirurgias, numa faixa etária de 2 a 19 anos de idade, conforme a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). De um total de 355 pacientes ativos que passaram pela fila, apenas duas crianças aguardam um novo órgão.
Referência
O Hospital de Messejana Doutor Carlos Alberto Studart Gomes (HM), que mais registrou transplantes em crianças e adolescentes, é referência nacional em procedimento cardíaco e único do Norte e Nordeste a realizar transplante cardíaco pediátrico. Além disso, a unidade é o segundo maior centro do País a fazer transplante cardíaco infantil, perdendo apenas para o Instituto do Coração (InCor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Até este mês, o HM já bateu o número de transplantados do ano passado, com um total de 28 cirurgias, sendo sete delas em pacientes de até 19 anos. Somente em setembro, em apenas três dias, três crianças e adolescentes receberam corações saudáveis no hospital.
Apesar dos bons números registrados no Estado do Ceará, ainda existem dificuldades para se realizarem mais transplantes. "Para que esses problemas sejam reduzidos, precisamos que mais famílias digam sim à doação, e também as taxas de parada cardíaca sejam reduzidas antes de terminar o protocolo do transplante", explica, ainda, Eliana Régia Barbosa. A coordenadora assegura também que a solução está na melhoria da educação, tanto para instruir os familiares, quanto para qualificar os profissionais de saúde.
Campanha
Diante dessa realidade, a campanha Doe de Coração, realizada pela Fundação Edson Queiroz, com apoio do Sistema Verdes Mares e parceria da Universidade de Fortaleza (Unifor), incentiva a conscientização pela doação voluntária de órgãos no Ceará, que sempre se destaca no ranking de doações realizadas no Brasil.
Neste ano, o movimento completou 11 anos de bons resultados, sendo realizado todo mês de setembro. Por meio dessa iniciativa, é possível beneficiar e ser beneficiado. Além de diminuir o tempo de espera por um órgão, o movimento também alenta a família que perde o ente querido.
Sesa registra 883 pessoas na fila de espera por órgãos
Apesar de o Estado sempre bater recordes no número de transplantados, existe uma quantidade considerável de pessoas que aguardam por um órgão. De acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o Ceará contabiliza 883 pacientes ativos na lista de espera.
Procedimentos
351 pacientes aguardam por um transplante de córnea, o órgão mais esperado nas filas, de acordo com informações da Secretaria da Saúde do Estado
O órgão mais esperado para ser transplantado, durante o ano inteiro, é a córnea, somando 351 pacientes que a aguardam. Em seguida, conforme a Sesa, estão as pessoas que esperam por um rim, num total de 346. Em terceiro lugar, estão os que precisam de um fígado, com um total de 143 pessoas na fila.
Coração
O transplante de coração, segundo a Sesa, embora seja um dos órgãos que mais oscilam em relação à procura, está na quarta posição de maior número de pacientes à espera. Logo após, vem o total de pessoas que faz parte da lista de rim e pâncreas, contabilizando 12. Em menor número dos mais esperados da lista, seguem medula, pulmão e rim isolado, num total de dez, cinco e um pacientes, respectivamente.