quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Chuvas devem ficar abaixo da média


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Há 40% de chances de chover menos que o normal no Ceará nos próximos três meses, afirma Funceme

A exemplo do que ocorreu nos últimos dois anos, o semiárido cearense, ao que tudo indica, enfrentará mais um ano difícil em relação à seca. Isso porque o Estado tem 40% de probabilidade de ter chuvas abaixo da categoria considerada normal, durante três dos quatro meses da quadra chuvosa (fevereiro, março e abril). O prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) foi anunciado, na noite de ontem, durante o encerramento do XVI Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino.

Situação preocupa, pois o Estado já sofreu seca em 2012 e 2013. No ano passado, alguns açudes da Região 
Metropolitana de Fortaleza, como o Amanari, em Maranguape, ficaram praticamente secos Foto: José Leomar


De acordo com as previsões, o Ceará tem 35% de chances de ter chuvas dentro da média e apenas 25% de probabilidade de a quadra chuvosa ficar acima dela. Um novo prognóstico, contemplando o mês de maio, deve ser divulgado em até um mês. A média climatológica do Estado para os quatro meses é de cerca de 805 milímetros.

O resultado do prognóstico foi alcançado por meio de análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala e pelos resultados de modelos numéricos globais e regionais e de modelos estatísticos de várias instituições de meteorologia do País. “Nós temos condições de neutralidade no Oceano Pacífico, mas um Atlântico ainda desfavorável. Essas foram as duas características que resultaram nesta previsão”, explicou o presidente da Funceme, Eduardo Martins.

Segundo ele, a expectativa da Fundação é de atualizar o sistema de previsão, que é feito mensalmente, em uma frequência maior, na tentativa de agilizar o processo de resposta aos possíveis impactos da situação climática. “A cada 15 dias, se possível”, diz. Apesar de uma atualização mais constante, o presidente afirma ser muito difícil haver mudanças profundas neste quadro.

A meteorologista Meiry Sakamoto esclarece que as regiões com mais chance de ter chuvas abaixo da média são o Sertão Central e a Região Sul. 

Confira fala do presidente da Funceme




“É uma situação bastante preocupante, pois já viemos de dois anos de escassez de água. Em 2012 e 2013 nós tivemos poucas chuvas, e tudo indica que neste ano a gente pode, nestes três meses, passar por uma situação bastante semelhante”, diz ela, ressaltando que as chuvas tendem a iniciarem-se na segunda quinzena do mês de fevereiro. Ainda segundo a Funceme, o Noroeste do Ceará tem chances de ter chuvas dentro da média.

Segundo os registros da Funceme, tendo como base de cálculo os anos de 1950 a 2009, para se ter uma precipitação dentro da média na Região Central e Ihamuns, por exemplo, é necessário chover entre 372,4 e 485,2 milímetros no período de fevereiro a abril. Na Região do Cariri, os números ficam entre 489 e 639,2 milímetros e, no litoral de Fortaleza, é considerado dentro da categoria normal chover entre 545,6 e 755,4 milímetros.

Diante da previsão de chuva abaixo da média histórica, o órgão enviou, ainda no mês de dezembro do ano passado, um relatório para o Comitê Integrado de Combate à Seca no Ceará. 

Órgãos como a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), desde então, desenvolvem ações para o combate à estiagem no Estado.

Inpe
Já a perspectiva do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aponta a probabilidade de 40% de chuvas dentro do normal para o semiárido, contra 35% abaixo da média nos meses de janeiro, fevereiro e março.

Renato Bezerra


Repórter

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Prognóstico de 2013 também foi negativo



As chuvas que caíram no Ceará em fevereiro, março e abril de 2013 foram 50,3% abaixo da média histórica. O número confirmou o prognóstico da Funceme para aquele trimestre: 45% de probabilidade de chuva abaixo da média, contra 35% dentro da média e 20% acima da média.

Historicamente, o ano mais seco que se tem notícia foi 1958, quando choveu 230mm; seguido por 1998, com 270mm; 1993, com 290mm; 1983, com 315 mm; 2010, com 320mm; e 2012, com 330 mm. 



Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1364623

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